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Seis casos em que o machismo à la José Mayer marcou nossa política

Você já ouviu aquela história de que os políticos de um país são reflexo da cultura de seu povo? Pode ser que nem sempre isso funcione, claro. Mas é evidente que existe alguma relação entre eleitores e eleitos, entre o ambiente em que somos criados e o nosso voto na urna.

O machismo que ficou evidente no caso do ator José Mayer, e que a duras penas foi admitido por ele mesmo, depois de uma sacudida da emissora, das mulheres e da população em geral, é algo extremamente arraigado na cultura do país.

Se formos acreditar em tudo que se sabe sobre o caso (e aparentemente não há porque duvidar, já que o próprio acusado admitiu seus erros), o ator basicamente se sentiu (1) superior a ponto de poder o que quisesse com uma mulher (2) protegido a ponto de não se preocupar com as consequências (3) indignado quando foi recusado e pego em flagrante.

É exatamente disso que se trata o machismo. E é exatamente isso que combate o feminismo: a ideia de que as mulheres não tem o mesmo direito a definir sua própria vida, a estabelecer limites, a ter sua dignidade protegida.

E esse comportamento machista se reflete claramente na nossa política. Quer ver?

1- Falta de representatividade
Em geral, as mulheres são cerca de 10% nas casas legislativas, embora representem mais de 50% da população brasileira. Às vezes, a representatividade é ainda menor. Só tivemos uma presidente, nunca uma mulher presidiu o Senado ou a Câmara e a maior parte dos estados nunca teve uma governadora.

2- O caso das deputadas “femininas”
Mesmo as poucas representantes mulheres eleitas são contrárias às pautas feministas. Procuradas pelo blog, as deputadas estaduais e vereadoras de Curitiba disseram em 2012 que não eram feministas, com raras exceções. A maioria usa o velho clichê de preferir ser “feminina”.

3- O caso Dilma Rousseff
Esqueça toda a discussão sobre a ética da ex-presidente e sobre seus atos. Esqueça o debate sobre impeachment ou golpe. Não há como negar, independente de qual seja a sua ideologia, Dilma foi achincalhada mais do que qualquer homem no cargo seria. Era comum ouvir coisas como “vaca”, “vagabunda” ou ilações sobre a sexualidade dela que nada tinham a ver com política – muito menos com ética.

4- O caso Bolsonaro
Um dos presidenciáveis do momento é um sujeito que sempre faz questão de humilhar mulheres e de colocá-las em situação de inferioridade. Bolsonaro já chegou a dizer que não estupraria uma colega parlamentar porque ela não merecia. Nesta semana, disse que depois de quatro filhos teve uma filha mulher porque “deu uma fraquejada”.

5- O caso Katia Abreu
E mesmo quando há mulheres que chegam a cargos relevantes, ainda são objetos de bullying dos colegas, como mostram os casos de Maria do Rosário e Katia Abreu – que, assim como na história de José Mayer, reagiu. A senadora despejou uma taça de vinho no rosto de José Serra, que tentou fazer uma brincadeira sem graça com ela.

6- O caso Michel Temer
O presidente é um clássico do machismo. Acusado de proibir a mulher (quarenta anos mais nova, bela recatada e do lar) de dar entrevistas, chegou a falar que as mulheres têm valor “em casa” e que têm papel importante na economia por saberem o preço dos produtos no mercado.

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