A carta de Michel Temer é um daqueles documentos que poderão estar em livros de História daqui a cinquenta anos. Quando alguém perguntar: “Mas quando foi que a coisa desandou de vez para a Dilma?”, essa poderá ser a resposta. Quando o Temer mandou aquela carta…
O PMDB, por si só, não decide impeachment nem coisa alguma. O partido é forte, mas tem menos de 15% da Câmara. No Senado, é a maior bancada, mas representa só um sexto do plenário. O que muda não é isso.
Recentemente, um deputado paranaense, questionado sobre qual a maior dificuldade para aprovar o impeachment de Dilma dizia ser a assimetria de poder entre governo e oposição. O governo tem muito a oferecer. A oposição, muito pouco.
“Suponha que a Dilma saindo entrasse o Aécio. Aí poderíamos negociar cargos, por exemplo. Participação no governo. Mas não é o Aécio que entra. É o Temer”, dizia o deputado. E o vice era do governo, não da oposição.
É essa última frase que pode ter mudado desde a noite de segunda. Temer ainda pode ser contado como governo? Ou pode ter se tornado o elemento de que a oposição precisava? Alguém que, desde já, passa a negociar a composição de uma coalizão pós-Dilma?
Será que a carta é um aviso de que Temer é o Aécio de que a oposição precisava?
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