Uma manobra curiosa fez avançar o projeto Escola sem Partido na Câmara de Curitiba. Para evitar que a aprovação em plenário demore muito, um vereador que é a favor do projeto resolveu votar contra seu próprio parecer em uma das comissões.
Parece complicado, mas não é. Tico Kuzma era o relator do projeto na última comissão que analisou o projeto antes de ir a plenário, a Comissão de Serviço Público. Seu relatório era favorável à aprovação. Mas ele não tinha quórum para aprovar seu parecer: os dois únicos outros vereadores que compareceram à reunião eram contra.
Leia mais: Ideologia “flex”: candidatos ao Paraná mudam de postura ao sabor do vento
Assim, Kuzma decidiu votar junto com os vereadores que eram contra seu relatório. Passou a fazer oposição a si mesmo, para que o projeto pudesse ser aprovado por 3 a zero. Se ficasse em, 2 a 1, teria de esperar mais 15 dias para outra votação.
Desse jeito, a proposta segue para plenário com recomendação contrária de duas comissões (a Comissão de Educação também foi contra); mas isso não impede a aprovação da proposta, já que a única comissão com poder de barrar um projeto (Legislação e Justiça) deu seu aval.
Em tese, a partir de agora a presidência da Câmara tem 30 dias para colocar o projeto em votação no plenário.