As cotas foram o grande motivo de polêmica do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Muita gente achou que houve excesso na nova lei, que determina a seleção por cotas já na primeira fase do processo (antes, as cotas eram aplicadas só na segunda fase, depois que todos tinha precisado alcançar uma nota mínima na primeira etapa).
Houve protestos mais crus, vindos principalmente de alunos que se viram prejudicados pelo sistema. E outros mais elaborados, como os artigos sobre o tema escritos pelo professor Daniel Medeiros. Nos dois casos, a preocupação era com o desempenho dos alunos que passaram com notas muito baixas.
Os defensores do novo sistema chegaram a dizer que o sistema antigo era de cotas “de mentirinha” e que a diferença entre as notas dos cotistas e as dos não-cotistas era justamente uma prova da necessidade da diferença de tratamento. “O dia em que cotistas tiverem as mesmas médias que os não-cotistas, o sistema não se justificará mais. E eu estarei contra as cotas“, disse o cientista político Emerson Cervi, da UFPR.
Agora, com a segunda fase, será possível analisar o resultado mais a fundo. Vendo os dados do Cursinho Solidário, instituição que oferece aulas gratuitas para mais de 400 alunos de baixa renda em Curitiba, é possível ver duas coisas. Primeiro, o número de aprovados aumentou. Nos cursos mais concorridos, no entanto, não houve mudanças.
No ano passado, o cursinho conseguiu 54 aprovações, somando todas as chamadas da UFPR. Neste ano, só com a primeira lista, foram 79 aprovados. Segundo o coordenador Elias Bonfim, porém, isso não trouxe melhorias em cursos como Medicina, por exemplo. O cursinho aprovou sete candidatos na primeira fase, mas nenhum passou pelo segundo crivo.
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