Colaboração de Euclides Lucas Garcia:
O governo Cida Borghetti decidiu tentar jogar para frente a votação de todos os projetos de lei que tratam de reajustes do funcionalismo paranaense: tanto a proposta de 1% para os servidores do próprio Executivo quanto os projetos que concedem 2,76% para os demais Poderes.
A estratégia foi concebida pelos governistas depois de perceber que poderia não haver maioria para aprovar tudo de acordo com a vontade de Cida. A Assembleia está rachada e o governo poderia ter uma derrota na votação, o que forçaria a vetar os aumentos à beira da eleição.
A votação estava marcada para esta quarta, já depois de alguns adiamentos. No entanto, a governadora Cida Borghetti provavelmente enviará no início da sessão um pedido para que se retire a urgência do projeto de reajuste do funcionalismo do Executivo.
Retirada a urgência, o presidente Ademar Traiano teria concordado em botar em votação um requerimento do líder do governo para adiar todos os demais projetos. Mas o governo precisa vencer pelo menos esta votação, o que significa derrotar a oposição e a bancada de Ratinho Jr.
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O adiamento permitiria novas rodadas de negociações com os sindicatos para tentar encontrar uma solução para os funcionários do Executivo, que não aceitam aprovar a proposta – o reajuste não cobre seuqer a inflação dos últimos 12 meses. Desde 2016, a defasagem salarial já passa de 11%.
O governo afirma que não tem como conceder os 2,76% para o funcionalismo, sob risco de ficar sem ter como pagar o reajuste e as promoções e progressões. Além disso, afirma que há a possibilidade de o governo estourar o tetop de gastos imposto por um acordo com o governo federal.
Com o adiamento, temporariamente os funcionários de todos os Poderes (incluindo Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas, Defensoria Pública e a própria Assembleia) ficam com reajuste zero.
No fundo, o governo de Cida Borghetti está enfrentando a sua primeira crise – e não parece saber muito bem como lidar com ela. De início, os governistas achavam que conseguiriam atropelar qualquer possível resistência na Assembleia.
Porém, à beira de uma eleição, os deputados não parecem dispostos a comprar docilmente as brigas do Executivo. E a proximidade do fim do mandato bota mais lenha na fogueira, jogando muitos deputados para a oposição.
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