A reeleição, não só no Brasil, mas também em outros países que adotam esse modelo, é muito mais fácil do que a primeira eleição. E a história da política paranaense vai ajudando nos últimos anos a contribuir com mais exemplos para essa realidade.
A possibilidade de reeleição no Brasil foi criada pela vaidade sem limites de Fernando Henrique Cardoso. Como todo bom político suficientemente imodesto para se candidatar à Presidência (Barack Obama diz que todo mundo que chega a esse ponto tem de ser um pouco megalômano), FHC achou que só a reeleição dele era um caminho bom o bastante para a nação. E lá fomos nós rumo ao segundo mandato dele – e de todos os outros.
No nível federal, FHC se reelegeu fácil, em primeiro turno. Seu sucessor, Lula, mesmo em meio ao escândalo do mensalão, conseguiu o segundo mandato. E Dilma anda bem na fita para seguir o caminho dos outros dois.
No Paraná, Jaime Lerner aproveitou a deixa de FHC para conseguir o segundo mandato em 1998 (foi, até hoje, a única derrota de Requião). Em 2002, Requião se vingou e voltou ao governo. Quatro anos depois, se reelegeu. Agora, Beto Richa pode se tornar o terceiro reeleito na sequência no estado.
A possibilidade de usar a máquina, a proximidade com o Legislativo, com os prefeitos, o uso da propaganda massiva do Estado, dentre outros fatores, explicam o sucesso dos candidatos à reeleição. A situação melhora ainda quando o quadro econômico não é terrível – o cidadão prefere manter tudo como está.
Nesse cenário, os candidatos que enfrentam um postulante à reeleição não são exatamente suicidas, mas desde cedo têm de saber que sua vida será dura. E que muitos só terão mesmo como ganho o acúmulo de capital para as eleições seguintes, quando o cargo estará realmente vago, com todos tendo chances mais igualitárias na disputa.
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