Em depoimento à PF, no início do mês, Lula falou sobre o sítio de Atibaia, em que esteve 111 vezes, embora não esteja em seu nome. Segundo o ex-presidente, os amigos compraram o sítio para que ele tivesse um lugar para descansar. Veja o trecho:
Delegado da Polícia Federal: A quem pertence esse sítio tratado na nota do Instituto Lula?
Declarante: Pertence a Fernando Bittar e pertence a Jonas Suassuna, com registro em cartório em Atibaia, comprado com cheque administrativo, isso já foi publicizado, já foi provado. Eu, na verdade, quero falar pouco do sítio, porque eu não vou falar do que não é meu. Quando vocês entrevistarem os donos do sítio eles falarão pelo sítio.
Delegado da Polícia Federal: Certo. Em qual frequência o senhor frequenta esse sítio?
Declarante: Menos do que eu gostaria.
Delegado da Polícia Federal: E o que… qual a frequência?
Declarante: Não sei, eu não sei, às vezes eu vou duas vezes por mês.
Delegado da Polícia Federal: Desde 2011?
Declarante: No final de semana. Eu fiquei sabendo desse sítio no dia 15 de janeiro de 2011, passei a frequentar até menos porque eu viajei muito, acabei de falar que eu viajei demais, então comecei a frequentar mais depois, quando eu estava com câncer, e depois passei a frequentar mais em 2013, em 2014, e pretendo continuar visitando se não destruírem o sítio, porque tudo que os companheiros que compraram o sítio fizeram foi tentar garantir que eu tivesse um lugar pra descansar, porque você sabe que eu não tenho.
Delegado da Polícia Federal: Foi pensando no senhor, no seu descanso?
Declarante: Agora, com a sacanagem da imprensa, eu não tenho nem como ir lá mais, ou seja, que aquilo que era sigiloso, aquilo que era segredo, eu quero saber quem é que vai dar garantia pra minha família.
Delegado da Polícia Federal: Quando que os seus amigos compraram o sítio para o senhor usar para descanso ou pra qualquer outra atividade?
Declarante: Eu sei que eles deram sinal, depois pagaram, e foi dividido, e eu fiquei sabendo no dia 13 de janeiro de 2011 e fui conhecer o local dia 15 de janeiro. Sei também, dito pelo companheiro Fernando, pelo Jacó Bittar e pelo Jonas, de que uma das ideias deles era, não só que eu tivesse um lugar pra descansar, mas também que tivesse alguma coisa pra guardar as tralhas de Brasília, que é muita tralha que a gente ganha.
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