O blog recebeu nota oficial emitida pela Copel refutando texto publicado aqui na quarta-feira. O post dizia que a política adotada no governo Richa de retirar mais dinheiro do caixa para pagar acionistas (principalmente para pagar o próprio governo) pode prejudicar a empresa no longo prazo. A empresa não concorda. Veja a nota e, abaixo, uma resposta do blog:
Nota da Copel
“A Copel refuta o raciocínio exposto em nota publicada nesta quarta-feira no blog Caixa Zero, em que o sr. Rogerio Galindo afirma que o aumento do repasse de dividendos aos acionistas compromete o crescimento da empresa. Tal argumento carece não apenas de fatos que o comprovem, mas também de lógica que o fundamente.
Longe de ser um “problema”, a política de dividendos da empresa corrobora a bem-sucedida estratégia de investimentos adotada pela gestão da Companhia a partir de 2011, sob orientação de seu acionista majoritário, o Estado do Paraná.
Neste período, a Copel expandiu sua atuação para outros nove estados brasileiros, investindo na construção de empreendimentos que, no médio prazo, duplicarão seus atuais ativos de transmissão e acrescentarão 1 gigawatt ao seu parque gerador com fontes renováveis, sendo duas usinas hidrelétricas e 28 parques eólicos.
Também neste período, o investimento realizado ultrapassou R$ 8 bilhões, crescendo ano após ano: R$ 1,43 bi em 2011, R$ 1,84 bi em 2012, R$ 1,93 bi em 2013, R$ 2,23 bi em 2014. Para 2015, a previsão é de alcançar um investimento de até R$ 2,47 bi.
Ou seja, a maior distribuição de lucros não diminuiu a capacidade de investimento da empresa. Pelo contrário: reforçou a atratividade e confiabilidade de suas ações no mercado de capitais, e melhorou sua estrutura de capital e a liquidez de suas ações, aprimorando as condições para a obtenção de novos recursos, já que fontes externas, como o BNDES e a emissão de debêntures, estão entre as principais estratégias adotadas pela Copel para captar recursos para investir.
Em suma, nos últimos anos a Copel identificou boas oportunidades de ampliação de seus ativos, ampliou ano a ano o volume de investimentos realizados, reduziu a volatilidade de suas ações no mercado de capitais e, de quebra, ampliou o montante de recursos destinado ao Estado do Paraná para a consecução de políticas públicas.”
Resposta do blog
Políticas públicas sempre devem estar abertas à discussão. Não é correto afirmar que o post não embasava sua opinião. Citava o número concreto de dinheiro retirado pelo governo do caixa da Copel no ano anterior e apontava para a redução de investimentos em 2014, já mostrada aqui na Gazeta.
É evidente que o governo pode considerar a política adequada e benéfica. Torçamos que o seja, inclusive. Mas é mais do que razoável o raciocínio de que retirar mais dinheiro do caixa para dar ao governo (e aos demais acionistas) dificulta investimentos com recursos próprios. A empresa poderá investir, e inclusive bastante, se se endividar mais. Isso é outra história.
Quanto à liquidez das ações e a seu valor, a não ser que o governo esteja pretendendo emitir mais papéis ou vender os seus, isso não vai fazer caixa no curto prazo para a companhia. Muito menos a ponto de permitir investimentos maiores.
É claro que a empresa tem investido. Inclusive em outros estados, como ressalta a nota. Embora o maior investimento fora daqui, na Colíder, tenha começado antes deste governo, e antes da atual política de distribuição de dividendos.
Em resumo, o blog publica a nota, respeita o raciocínio divergente, mas mantém a posição.