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O comandante-geral da Polícia Militar, Cesar Kogut, junto com quinze outros coronéis da PM, assinou um manifesto de repúdio às declarações do secretário de Segurança, Fernando Francischini, relativas ao confronto da polícia com professores e manifestantes no Centro Cívico na quarta-feira passada.

Na carta, os coronéis dizem que Francischini não pode simplesmente jogar a culpa na tropa, sem assumir parte da responsabilidade. Dizem que ele participou do planejamento, foi informado da possibilidade de haver feridos e aprovou o plano de contenção. Mais do que isso, foi informado durante os fatos sobre tudo o que estava acontecendo na Praça Nossa Sra. da Salete.

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A carta é assinada por 16 dos 19 coronéis da ativa. Tudo isso significa que, embora Francischini tenha sido mantido no cargo pelo governador Beto Richa (PSDB), ele tem um grande problema nas mãos: acalmar uma tropa que não aceita o modo como ele coordenou as ações que resultaram no maior confronto público da PM na história do estado.

No final da tarde, o secretário Francischini respondeu com uma nota:

“Pela representatividade das manifestações de apoio que recebi das principais entidades que representam os profissionais de segurança pública do nosso estado e do país, vejo que estamos no caminho certo no combate à criminalidade. Contudo, espero que os Coronéis compreendam que fui mal interpretado em alguns pontos de uma entrevista. Por isso, reafirmo meu total apoio a todas as operações da Polícia Militar, compartilhando todas as responsabilidades inerentes à Secretaria”.

A permanência de Francischini foi decidida numa reunião na manhã desta quarta com o governador Beto Richa. Veja mais sobre o tema clicando aqui.

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Nela, o comandante-geral volta a insistir que Francischini sabia de tudo o que estava sendo planejado e diz que o secretário, inclusive, deu ordens diretas durante a “Operação Centro Cívico” para o subcomandante-geral da Polícia Militar.

Fica  cada vez mais evidente que, com a permanência de Francischini, Kogut não deve continuar à frente do comando da polícia.

 

Veja abaixo a íntegra da carta.

CARTA AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ

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O Comando da Polícia Militar do Paraná, instituição sesquicentenária que labuta diariamente em prol da segurança pública do Estado do Paraná, cumprindo incansavelmente a sua missão constitucional, vem perante Vossa Excelência manifestar o seu repúdio às declarações atribuídas pela Imprensa ao Secretário de Estado da Segurança Pública, em data de 04 de maio de 2015 – e até agora não desmentidas – as quais atribuem única e tão somente à PMPR a responsabilidade pelos fatos ocorrido em 29 de abril de 2015, quando da manifestação dos professores, pelos fundamento abaixo delineados.

a) A Polícia Militar do Paraná esteve presente no dia 29 de Abril de 2015, cumprindo o seu papel constitucional de preservação da ordem pública, no intuito de garantir a ordem pública e impedir uma possível invasão à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, em atendimento ao interdito proibitório expedido pela Justiça paranaense, devidamente comandada, com planejamento prévio e ciente dos desdobramentos que poderia advir.

b) Que o Senhor Secretário de Segurança Pública foi alertado inúmeras vezes pelo comando da Tropa empregada e pelo Comandante-Geral sobre os possíveis desdobramentos durante a ação e que mesmo sendo utilizadas as técnicas internacionalmente reconhecidas como as indicadas para a situação, pessoas poderiam sofrer ferimentos, como realmente ocorreu, tendo sido vítimas manifestantes e policiais militares empregados na operação.

c) Que imediatamente após os fatos foi determinada a abertura de Inquérito Policial Militar para a apuração dos possíveis excessos, no sentido de serem responsabilizados todos os que tenham dado causa aos mesmos.

d O que não se pode admitir em respeito à tradição da Polícia Militar do Paraná, seus Oficiais e Praças, que seja atribuída a tão nobre corporação a pecha de irresponsável ou leviana, por não ter sido realizado um planejamento, ou mesmo que tenha sido negligente durante a operação, pois todas as ações foram tomadas seguindo o Plano de Operações elaborado, o qual foi aprovado pelo escalão superior da SESP, tendo inclusive o Senhor Secretário participado de diversas fases do planejamento, bem como é importante ressaltar que no desenrolar dos fatos o Senhor Secretário de Segurança Pública era informado dos desdobramentos.

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e) O Comando e os demais integrantes da Corporação deixam claro a Vossa Excelência que nunca deixarão de cumprir o seu juramento desempenhar com honra, lealdade e sacrifício de sua própria vida, as suas obrigações, na defesa da Pátria, do Estado, da Constituição e das Leis.

Curitiba, R, 5 de Maio de 2015.

Cel. QOPM Cesar Vinícius Kogut,

Comandante-Geral da PMPR

 

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