Um dos candidatos a deputado no Paraná pela chapa do PSL, o partido de Jair Bolsonaro, é o coronel Washington Lee Abe, da Polícia Militar. Ex-comandante da PM na regional de Cascavel o coronel publicou uma carta depois do assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro.
Segundo o militar, era um erro transformar Marielli, fuzilada com quatro tiros na cabeça, em uma “mártir”. “Por que tanta tentativa de transformar essa vereadora em mártir? Ela representa o povo? Que povo? Qual segmento do povo? Do cidadão de bem?”, dizia a carta do policial.
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O motivo do desprezo do coronel pela vítima do assassinato era a crítica dela à violência da polícia carioca. Nascida na Maré, Marielle denunciava abusos de autoridades contra os moradores da favela. Embora também defendesse os direitos dos policiais, isso não bastou para que ela tivesse compaixão do PM, nem mesmo na sua morte.
Washington Lee Abe chegou a usar aspas ao se referir a Marielle como “pessoa”. “E quando morrermos em combate (…) vamos aguardar pacientemente os políticos, a imprensa, autoridades que estão fazendo todo esse alarde pela morte dessa “pessoa” intitulada vereadora, promotora dos direitos humanos, mãe, homossexual (como ela mesma se apresenta) fazerem também o mesmo alarde exigindo respostas rápidas e firmes das autoridades?”, questionou.