Nenhuma surpresa no fato de Michel Temer nomear Cristiane Brasil como ministra do Trabalho. É assim que tem funcionado este governo desde o primeiro dia: escolhe seu primeiro escalão como quem monta um time de denunciados.
O processo de nomeação já fala muito sobre a nova ministra. Foi seu pai, Roberto Jefferson, quem negociou tudo. Seu fiador, portanto, é o mesmo sujeito que foi o estopim do escândalo do mensalão – um homem que recebia malas de dinheiro e que foi preso e condenado por isso.
A deputada não tem qualquer currículo que a faça útil num ministério. Seu projeto mais célebre até hoje é o que tenta limitar o modo como as funcionárias do Congresso podem se vestir. Seu momento mais brilhante, o voto contra Dilma e de camisa da CBF.
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Mas a deputada não é só filha de corrupto. Tem méritos próprios. Um delator da Lava Jato disse que lhe entregou R$ 200 mil pessoalmente. E a preocupação dela? Saber se não estava sendo filmada. Garota esperta. Prontinha para o primeiro escalão.
Cristiane não é ministra. É apenas um instrumento para que seu partido vote com o governo e aprove as medidas que Temer precisa aprovar para pagar a dívida com quem o levou à Presidência. Que, aliás, não foi Deus. Foi o PSDB.
Temer está no governo meramente para fazer as medidas impopulares que os tucanos não queriam ter de enfrentar caso ganhem a eleição de 2018. “É para isso que o zumbizão está lá”, disse, sem saber que era ouvido, o grande comentarista político Kim Kataguiri.
É para isso que Cristiane está lá. Para garantir os votos dos aliados de Roberto Jefferson. Que bem sabemos como faz os seus negócios.
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