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Cunha teve meses para destruir provas que o incriminassem

O ditado famoso afirma que a justiça tarda, mas não falha. Uma outra versão diz que se a Justiça tarda é porque já falhou. No caso de uma investigação, a demora é ainda mais danosa. Como investigar um crime ocorrido meses antes, ainda mais se o sujeito teve todo o tempo do mundo para apagar as provas?

O caso de Eduardo Cunha é exemplar. O deputado sabia desde outubro que estava na mira das autoridades. Isso, claro, só para ficar na data mais recente, quando o Ministério Público da Suíça confirmou que ele tinha mesmo mentido e era dono de US$ 5 milhões em contas fora do Brasil – ou, segundo ele, mero depositário de um trust.

O deputado teve, portanto, dois meses e meio para apagar qualquer rastro de suas operações. Imagine quanto papel é possível picar em dois meses e meio. Quantos documentos é possível mandar para fora de casa. O celular tem mensagens incriminadoras? Troca-se por outro, com número diferente. Os telefones podem estar sendo grampeados? Usa-se outro meio de comunicação.

Sabendo disso, o próprio Cunha andou fazendo bravatas por aí, dizendo que poderiam bater na sua casa quando fosse. As portas estavam abertas. Bastava esperar as seis da manhã, quando ele acordava. Ou seja: ele sabia que seria alvo da operação. E já estava pronto para isso.

Cunha pode ser acusado de muita coisa, menos de ser burro. A Polícia, o Ministério Público e o Judiciário demoraram demais a fazer a busca e apreensão na casa do deputado. É muitíssimo provável que a essa altura não encontrem nada. E pior: isso só vai fortalecer o discurso do deputado de que não há nada contra ele.

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