O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, terminou a entrevista que fez nesta quarta-feira com a repórter Kelli Kadanus dizendo algo que pode ser revelador sobre seus planos. Afirmou que tudo o que foi obtido pela operação pode se perder caso não haja uma renovação de quadros na política nacional.
“Precisamos de renovação política”, disse ele. “Pessoas comprometidas com a causa governando o país”, afirmou. Não disse nomes e nem poderia. Mas fez a afirmação ao comparar a situação do Brasil de agora com a situação da Itália após o final da Operação Mãos Limpas. Segundo ele, assim que a poeira baixou, os políticos foram, aos poucos, eliminando os avanços conseguidos a duras penas.
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Ao contrário de Sergio Moro, que jura de pés juntos não querer disputar eleições, Deltan Dallagnol se recusou até hoje, quando questionado, a dizer o mesmo. Disse apenas que todas as opções estão abertas. Seria candidato agora? Ou quem sabe em 2022? Se for sair a algum cargo agora, segundo políticos experimentados, teria chance até de levar o governo do estado. Ou desejaria mais? Quem sabe muito mais?
Em breve se saberá, já que no ano que vem o procurador, caso seja candidato, terá de estar filiado a algum partido e precisará deixar o posto no Ministério Público. O discurso, no entanto, já tem: seria o homem no poder para garantir a tal renovação e impedir que se destruam os avanços da Lava Jato.
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