Os fatos vieram a público por reportagem da Gazeta do Povo, com documentos obtidos pelo repórter Diego Ribeiro. Um agente federal que diz ter feito a escuta dentro da cela afirma que ficou sabendo depois que não havia autorização para que aquilo ocorresse.
Na versão dele, três delegados da Lava Jato estariam envolvidos no pedido ilegal. Além deles, o próprio superintendente da PF no Paraná (e chefe dos três) teria encomendado o pedido. Só quando Youssef achou a escuta, o agente teria perguntado a um dos delegados se havia “alvará” para aquilo. “Pior que não”, disse o delegado.
É claro que a versão de apenas um agente da Polícia Federal, sozinho, não pode ser visto como o portador da verdade. É preciso que se investigue. E para isso a Corregedoria está vindo ao Paraná, para ouvir os delegados denunciados. Eles têm o direito de se defender.
Mas o fato de um servidor público, dentro da PF, ter dito que fez a escuta por ordem dos delegados é gravíssimo. O agente deu seu nome, é pessoa que tem cargo público federal e está se colocando em risco. Poderia ser um laranja tentando colocar a Lava Jato em risco? Pode, claro. E isso também precisa ser investigado.
A Lava Jato colocou em xeque a posição de vários dos políticos mais importantes do país. Presidente do Senado, presidente da Câmara, ministros, senadores, deputados. Empresários dos mais poderosos, incluindo os donos das empreiteiras de maior porte do país – Camargo Correia, Odebrecht, Mendes Júnior, entre outras.
Os delegados, caso tenham incorrido nesse erro, precisam pagar. Mas é preciso fazer isso sem colocar em risco toda uma operação que vem expondo ao país atos de corrupção dos mais importantes já conhecidos pela nação.
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