O PSDB paranaense começou o ano com uma bancada de quatro representantes no Congresso Nacional. Pode acabar com apenas um. O primeiro a debandar foi o senador Alvaro Dias, que se filiou ao PV na semana passada. Dois dos três deputados federais podem seguir seu movimento ainda nos próximos meses.
O deputado federal Alfredo Kaefer não confirma sua saída do partido, mas o acerto com outra legenda é dado como certo. Kaefer estaria descontente com a (falta de) participação no governo do estado, já que não só não teria conseguido indicar ninguém para o primeiro escalão como não estaria sendo ouvido sobre a linha de atuação do governo.
Além disso, o deputado de Cascavel não nega que há constrangimento em apoiar medidas no governo estadual que a própria bancada do PSDB critica no governo federal. Exemplo seria o aumento da carga tributária para resolver os problemas de caixa do estado – a bancada federal nega a Dilma a CPMF, mas o governo do estado aumentou IPVA e ICMS.
Valdir Rossoni, deputado federal e ex-presidente da Assembleia Legislativa, é outro que, nos bastidores, teria pensado em deixar o partido. Comenta-se que ele teria balançado ao receber uma proposta para ser candidato a prefeito de Curitiba por uma legenda menor.
Rossoni é outro descontente com a distribuição de cargos do governo Richa. As negociações para que ele fosse levado à Casa Civil do governo emperraram quando Richa preferiu Eduardo Sciarra (PSD). Diz-se que em parte isso se deve ao descontentamento de alguns deputados estaduais com Rossoni, da época em que ele presidiu a Assembleia.
O único parlamentar federal paranaense que não cogita mudar de legenda da atual bancada tucana é Luiz Carlos Hauly. Amigo de Alvaro Dias, de quem foi secretário da Fazenda nos anos 1980, e,le diz que a saída de Alvaro é uma perda para os tucanos. Mas diz que isso não muda nada em relação à sua postura com o partido.
Hauly, que foi secretário da Fazenda de Richa até 2013, nega que haja uma saída coletiva e diz que o que há são problemas pontuais. “Estamos filiando mais lideranças, prefeitos, vereadores. O partido está forte”, diz.
Mas por que haveria uma debandada? O comentário geral é de que Richa teria desagradado os colegas do interior ao prestigiar seus secretários de quando foi prefeito da capital. E que, ao fazer uma coligação grande demais, precisou dar muito espaço a outras legendas, deixando de lado o próprio PSDB.
Além disso, o PSDB, como todos os partidos brasileiros, funciona em sistema de “caciques”. E hoje o grupo de Richa é dominante no PSDB paranaense. Quem não joga de acordo com o líder perde espaço e oportunidades.
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