O dia 29 de abril foi o mais trágico da política paranaense depois do fim da ditadura. O mais grave, claro, foram os 213 feridos que a polícia deixou estendidos pelo chão. mas também foi grave ver o estado à beira da falência e usando dessa violência para garantir um mínimo de caixa – quando no ano anterior, em nome da reeleição, o mesmo governo havia fingido que tudo estava bem.
O único ponto positivo daquilo tudo foi que os funcionários conseguiram algumas concessões mínimas contra o rolo compressor do governo. Em parte graças à intervenção de deputados – que tiveram mais juízo do que o governo – conseguiu-se um compromisso. O governo retardaria reajustes e promoções. Mas pagaria a partir de 2016, assumindo compromissos também para 2017.
Agora, o governo já se aproveitou de tudo que lhe era favorável no pacotaço. Pôs a mão no IPVA maior, nas alíquotas de ICMS, na contrapartida dos aposentados e, principalmente, na bilionária poupança da previdência. Disse aos quatro ventos que com isso Beto Richa (PSDB) havia conseguido o milagre econômico da década, e que o Paraná estava salvo.
Chegou a hora de pagar a conta e quitar as progressões e as promoções dos professores. Mas agora o governo, novamente, diz que a bonança era ilusória. Que o milagre não ajustou as contas a ponto de poder cumprir o prometido. E que é preciso optar entre reajuste ou promoções devidas. Sem terceira opção.
Sinceramente, fica difícil acreditar nos números do governo, que flutuam de acordo com o interesse momentâneo. Na tevê, o milagre. Na negociação, a catástrofe. Não pode ser que as duas coisas sejam verdade O governo que se decida qual imagem quer passar. Por enquanto, fica novamente com a imagem de caloteiro.
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