O vereador Ezequiel Bueno (PRB), de Ponta Grossa, recuou e mudou de versão depois de ver que não agradou. Nesta semana, o vereador, que é pastor evangélico, disse que prenderia a cantora Pabllo Vittar, uma drag queen que se apresentará na cidade, caso ela ousasse sair nas ruas da cidade.
Acusado de homofobia e sem saber explicar qual era o possível crime de uma pessoa andar pelas ruas de Ponta Grossa, Bueno agora diz que o problema não é com a sexualidade de Pabllo. Ele afirma que estava meramente preocupado com o uso do dinheiro público (algo que nem de longe aparecia em suas declarações originais na Câmara).
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Em entrevista por telefone ao blog, Bueno afirmou – mais de uma vez – que o principal questionamento era sobre a aplicação de verba do município na München Fest, cuja abertura será feita por Pabllo, em 5 de dezembro. Segundo ele, a festa deve ser financiada pela iniciativa privada. Mas existe a “desconfiança” de que dinheiro público esteja sendo investido.
Fato é que o vereador defendeu Ponta Grossa como uma “cidade família” e se mostrou indignado com uma possível visita da cantora junto com o deputado Jean Wyllis (Psol-RJ) às escolas para “difundir a diversidade sexual”. A tal da visita era balela, e a preocupação com a moral e os bons costumes foi baseado em uma notícia falsa.
Questionado se chegou a se desculpar pelo engano, o vereador pastor falou sobre o Plano Municipal de Educação que retirou o ensino de ideologia de gênero e a orientação sexual das escolas da cidade. Disse que independente de quem seja a pessoa que queira falar sobre o tema, ela estaria em desacordo com a lei municipal.
Na última quarta-feira (18) dezenas de manifestantes pelos direitos LGBT fizeram um protesto na sessão da Câmara. “A Casa é do povo, foi tranquilo. Eles se manifestaram. Todos têm direito”, disse Bueno sobre a situação.
Ezequiel Bueno fez um requerimento ao prefeito, Marcelo Rangel, para obter informações sobre o financiamento da München Fest. A prefeitura tem 15 dias para responder. Segundo o vereador, a grande maioria dos seus colegas de Casa assinou o documento.
Colaborou: Camila Abrão.
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