Os seis primeiros meses de 2015 foram o maior inferno astral da história recente de um governo paranaense. A gestão de Beto Richa enfrentou crise atrás de crise. Só retomando o que foi o mandato até aqui:
1-) Em janeiro, o grande problema era a falta absoluta de caixa para pagar até mesmo as contas básicas. Houve calote do terço de férias e da rescisão dos temporários.
2-) Em fevereiro, o governo mandou para a Assembleia o famigerado plano de reforma da previdência. Na época, o projeto tinha ainda corte de direitos como quinquênios e licenças. A Assembleia foi invadida e os deputados precisaram entrar lá de camburão.
3-) Logo em seguida, o “primo” de Richa, Luiz Abi, que até então ficava nas sombras, foi preso, fazendo com que a população soubesse de sua existência e das suspeitas sobre ele.
4-) Também tinham sido presos Marcello Caramori e fiscais da Receita Estadual, que disseram em delação premiada que dinheiro ilícito foi parar na campanha de reeleição. O governo nega, claro, mas pegou mal.
5-) Depois de uma greve de um mês dos professore,s o governo reenviou o projeto da reforma da previdência. A greve recomeçou.
6-) A votação da reforma terminou com uma repressão horrenda aos manifestantes no Centro Cívico, com 213 feridos.
7-) Quando o governo finalmente conseguiu encerrar a greve dos professores, veio a segunda leva de prisões na Receita. E Luiz Abi voltou a ser preso.
Agora, depois de tudo isso, finalmente o governo não precisa aprovar nenhum projeto polêmico. Apesar de ter visto sua base de apoio encolher de 48 para 33 deputados, ainda tem maioria na Assembleia.
O dinheiro do IPVA aumentado e do ICMS começou a cair. A contribuição dos servidores aposentados também. O governo aumentou a conta da luz. E com tudo isso as contas começaram a melhorar, finalmente.
Não bastasse tudo isso, ainda ganhou quase um ano de tempo para dar o reajuste da inflação do ano passado.
Resumo da ópera: se, com tudo isso, o governo não conseguir finalmente retomar uma agenda de obras e não avançar em seu plano de ações, todo o caos dos primeiros seis meses terá sido em vão.
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