O deputado federal Aliel Machado (Rede) tomou um susto ao pegar seu celular depois de ser indicado como representante de seu partido na comissão que discutirá o impeachment de Dilma. Em apenas um dia, tinha recebido 25 mil mensagens de WhatsApp.
O número do celular do deputado foi divulgado de cima de caminhões de som em pelo menos três manifestações pró-impeachment: pedia-se que os manifestantes escrevessem para o deputado e para outros parlamentares, forçando-os a votar contra Dilma.
“É um momento em que as pessoas estão agindo muito com a emoção, com o sentimento. A população está com sangue nos olhos, às vezes até de uma maneira irresponsável”, afirma o deputado, que foi eleito pelo PCdoB, e se transferiu para a Rede.
Aliel diz que já tem uma posição sobre o impeachment: afirma que a presidente Dilma não tme mais condições de governar. Como seu partido, acredita que a melhor solução seria a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE; ou, na impossibilidade de isso acontecer antes do impeachment, um impedimento simultâneo dos dois.
“Se o caminho for o do impeachment, a Rede vai ter essa responsabilidade. Mas vamos ter todo o cuidado de ouvir a defesa da presidente”, diz Aliel, um dos dois únicos paranaenses na comissão de impeachment – o outro é Fernando Francischini, do Solidariedade.
Aliel diz que apesar de jovem (tem só 27 anos) foi escolhido por seu partido por ter experiência em processos de cassação: como presidente da Câmara de Ponta Gross,a participou da cassação da vereadora Ana Maria Holleben, que simulou o próprio sequestro – obviamente, algo bem distante do impedimento de uma presidente da República.
“O que temos que tomar cuidado é para que tudo seja feito de maneira tranquila, com serenidade. Nessa hora, sempre surge o risco do sangue nas ruas, das soluções mirabolantes, do fascismo. Eu estou muito sereno”, diz.
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