Os deputados federais pretendem voltar a regra do jogo ao que ela já é. Eis a reforma: fingir que se muda para, em cima da hora, devolver tudo ao que já está valendo. Neste caso, o que está em debate é o financiamento de campanha de suas excelências. E se eles podem ou não receber dinheiro de empresas.
Para que serve o financiamento de campanha por empresas? Do ponto de vista dos candidatos, serve para que eles tenham mais dinheiro. Tendo dinheiro, têm como fazer propaganda: podem viajar, imprimir panfletos e santinhos, fazer programas mais sofisticados para a tevê, contratar marqueteiros, pagar cabos eleitorais. Nenhum candidato quer ter menos dinheiro, já que isso diminui a chance de ser eleito.
Mas e se todos tivessem menos dinheiro, não resolveria? Afinal, o João das Couves, deputado federal, não teria como fazer tanta propaganda, nem poderia pagar tanta gente. Mas seus adversários, igualmente, teriam de se contentar com menos. Seria mais justo? Evidente. E por isso mesmo os deputados não querem que isso acontece.
Com o sistema atual, quem conhece o caminho das pedras tem mais acesso ao dinheiro. E assim se elege com mais facilidade. E quem conhece o caminho das pedras? Ora, justamente quem já conseguiu vencer a eleição – e, assim, ganhou o direito de decidir como será a regra do jogo para a escolha de seu sucessor. Isso numa situação em que todos eles podem ser candidatos novamente ao mesmo cargo. Não funciona – a ideia é manter os vícios que permitiram sua eleição.
Mas falta responder a segunda pergunta: por que interessa ás empresas doar dinheiro aos candidatos?
Para essa pergunta, a melhor resposta é o silêncio.
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