Os deputados federais pretendem voltar a regra do jogo ao que ela já é. Eis a reforma: fingir que se muda para, em cima da hora, devolver tudo ao que já está valendo. Neste caso, o que está em debate é o financiamento de campanha de suas excelências. E se eles podem ou não receber dinheiro de empresas.
Para que serve o financiamento de campanha por empresas? Do ponto de vista dos candidatos, serve para que eles tenham mais dinheiro. Tendo dinheiro, têm como fazer propaganda: podem viajar, imprimir panfletos e santinhos, fazer programas mais sofisticados para a tevê, contratar marqueteiros, pagar cabos eleitorais. Nenhum candidato quer ter menos dinheiro, já que isso diminui a chance de ser eleito.
Mas e se todos tivessem menos dinheiro, não resolveria? Afinal, o João das Couves, deputado federal, não teria como fazer tanta propaganda, nem poderia pagar tanta gente. Mas seus adversários, igualmente, teriam de se contentar com menos. Seria mais justo? Evidente. E por isso mesmo os deputados não querem que isso acontece.
Com o sistema atual, quem conhece o caminho das pedras tem mais acesso ao dinheiro. E assim se elege com mais facilidade. E quem conhece o caminho das pedras? Ora, justamente quem já conseguiu vencer a eleição – e, assim, ganhou o direito de decidir como será a regra do jogo para a escolha de seu sucessor. Isso numa situação em que todos eles podem ser candidatos novamente ao mesmo cargo. Não funciona – a ideia é manter os vícios que permitiram sua eleição.
Mas falta responder a segunda pergunta: por que interessa ás empresas doar dinheiro aos candidatos?
Para essa pergunta, a melhor resposta é o silêncio.
Siga o blog no Twitter.
Curta a página do Caixa Zero no Facebook.
Ações de Moraes ganham proporção global: veja a linha do tempo dos embates
Reação do Itamaraty ao cerco contra Moraes escala tensão com EUA
Citando ordens de Moraes, Câmara dos EUA exige relatórios das big techs sobre censura
Censura e violência política fazem Brasil despencar 6 posições em ranking de democracia
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS