Três deputados estaduais do Paraná gravaram vídeos de apoio ao grupo de 12 policiais que será julgado a partir desta quarta-feira em Curitiba, no Tribunal de Júri. Os PMs, ligados à Rotam da capital, são acusados de executar cinco homens em 2009.
O caso chamou a atenção na época não apenas pelo número de mortes como também por uma reviravolta nas investigações. Embora inicialmente tenha sido divulgado como um caso de “confronto” – o grupo teria atirado contra os policiais, e por isso teria sido baleado – uma perícia no GPS mostrou que a história era diferente.
Os cinco mortos teriam feito assaltos na região norte de Curitiba. Foram abordados pelos policiais. Segundo os PMs, eles atiraram. Em tese, foram levados todos ainda vivos e morreram a caminho do hospital Cajuru. No entanto, descobriu-se que houve um desvio de rota e que antes de chegar ao hospital os PMs pararam em um matagal no Santa Cândida.
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Na época, o então secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari, disse haver indícios fortes de execução. “As provas colhidas durante a investigação demonstram indícios muito fortes de que houve execução, contrariando a primeira versão dos policiais. Isso é uma atitude de bandidos e não de policiais”, afirmou.
Treze policiais chegaram a ser presos na época. Agora, oito anos depois, o júri determinará se eles agiram em legítima defesa, durante um confronto, ou se mataram os cinco a sangue frio, já dominados.
Nos vídeos, os deputados ligados à polícia, como Mauro Moraes, Rubens Recalcatti e Gilberto Ribeiro elogiam a atuação da polícia e defendem a absolvição dos militares.
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