Gustavo Fruet. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo.
O ano que começa não parece fácil para nenhum prefeito. Em Curitiba, não é diferente. O país em crise, falta de verbas federais, sem convênios grandes com o governo do estado, lei de responsabilidade proibindo gastos… E além de tudo uma eleição pela frente. Veja dez desafios que o prefeito Gustavo Fruet deve enfrentar nos próximos meses.
1- Começar o metrô
Não é culpa só da atual administração, mas o metrô de Curitiba há muito virou piada. Tantos prefeitos já prometeram que ninguém mais acredita que a obra vá sair. Só a presidente Dilma já veio três vezes à cidade anunciar a obra. E até agora, nenhum buraquinho no chão. Fruet levou o “quase” mais longe do que seus antecessores, mas o TC barrou a obra. Agora, a inflação comeu o dinheiro que o governo federal prometeu. Fruet diz que mesmo assim a obra começa este ano. Faltam 359 dias para ver se funciona…
2- Licitar o lixo
Outro grande nó que o atual prefeito herdou e que ainda não conseguiu resolver. O edital de licitação aberto pelo antecessor foi cancelado e até agora nada entrou em seu lugar. Fruet promete uma licitação que vai priorizar a descentralização, com vários locais para destino do lixo, diminuindo custos e desperdício. De novo, o tempo não tem sido aliado: faltam 12 meses para acabar a gestão e ainda nem se conhece o edital.
3- Melhorar a situação do ônibus
O ônibus é um dos grandes entraves da cidade. Os consórcios que venceram a famigerada (e mal feita) licitação de 2010 reclamam que não têm como pagar os funcionários. Com isso, em três anos de prefeitura, Fruet enfrentou número recorde de greves para os últimos mandatos. Agora, terá de aumentar a tarifa, causando mais descontentamento na população. Mas se for fazer tudo o que os empresários querem, afugentará de vez os passageiros. Por outro lado, o serviço continua sem integração temporal, outra promessa para 2016.
4- Saúde
Nas pesquisas de opinião pública, é uma das principais reclamações da população. A morte de uma paciente esperando atendimento em uma unidade de saúde virou um símbolo negativo do sistema. O governo federal tem atrasado repasses e aumentado a participação financeira da prefeitura nas ações. A prefeitura também, admitiu que não chegará ao número de 109 equipes de Saúde da Família, meta inicialmente traçada.
5- Vagas em creches
Fruet diz que chegará a 16 mil vagas de creche neste ano, mas lamenta que como isso foi feito ampliando unidades e não com novas creches, a população e a imprensa não percebem a melhoria. Mas ainda há fila nas creches e, pior, para atender a universalização das crianças mais velhas, foram fechadas vagas em berçários.
6- 30% para a educação
Nos três primeiros anos, Fruet não chegou aos 30% prometidos para a educação. O último orçamento de sua primeira gestão chega ao porcentual, mas há dúvidas sobre sua execução. O orçamento foi baseado em índices de inflação e de PIB que não parecem factíveis. A verba para a educação foi a principal promessa de Fruet na campanha. O prefeito ressalta algumas conquistas, como os planos de carreira para educadores e professores.
7- Linha Verde
Outra obra ultralenta na cidade. A parte sul já saiu em gestões anteriores, mas há desafios, como atrair gente e indústrias para a região. Na parte norte, sem grana imediata do governo federal, Fruet se propôs a ir tocando o primeiro trecho com verba do município. Mesmo assim, completar os 22 quilômetros do trajeto só em gestões futuras.
8- Obras novas
Fruet não iniciou grandes obras físicas na cidade. Diz ter preferido, em período de vacas magras, apostar em infraestrutura de saúde e educação e em manter a máquina funcionando. Fez “obras” sem muito dinheiro, como a área calma. Os adversários pretendem colar nele o selo de que apenas continuou obras iniciadas pelos antecessores.
9- Montar uma aliança para a eleição
Além de todos os problemas da gestão, Fruet precisa organizar uma aliança para a eleição. E sem o PT, que por motivos próprios preferiu pular do barco. De aliado antigo, restou o PV. Agora, a costura deve procurar partidos que antes estavam no grupo de Beto Richa, como PTB, PP e PSC.
10- A eleição
A eleição em outubro será um resultado dos outros nove desafios, dentre outros. Por enquanto, nenhum candidato da oposição parece ser um bicho de sete cabeças para Fruet. Mas isso não quer dizer que a disputa vai ser fácil.
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