A resposta da presidente Dilma Rousseff para a pergunta de Josias de Souza, durante a sabatina da Folha, Uol e SBT nesta semana tem tudo para se tornar um clássico. Josias pergunta a ela, com base na declaração de renda ao TSE, qual seria a explicação para que a presidente tivesse R$ 152 mil em casa.
Dilma atribuiu o comportamento a um “costume” herdado da época em que estava fugindo da ditadura militar. Precisava, portanto, manter dinheiro vivo com ela. Não faz mais sentido, claro. Mas seria algo atávico.
“Sete anos eu vivi fugida. São as coisas que você incorpora. Teve muito tempo na vida em que eu dormia de sapato. É muito forte a experiência que você passa em determinados momentos.”
Vá lá. Mas a explicação só piora: ela diz que só fica com esse dinheiro temporariamente. “Uma parte disso a gente deposita ao longo do ano.” Como assim? De onde vem esse dinheiro que, posteriormente, ela deposita? A presidente tem como fonte de renda, até onde se saiba, seu salário.
Imagino que a presidente da República não receba seu salário mensal em dinheiro vivo. Pense na imagem: Dilma na boca do caixa do Alvorada pegando uma notinha em cima da outra. Depois, põe no colchão. E, finalmente, quando o receio da ditadura passa, coletando parte do dinheiro e depositando, pouco a pouco, no banco.
Recentemente, o deputado Caíto Quintana, num acesso de sinceridade, admitiu que o dinheiro que alegou ter em casa (R$ 500 mil) era ficcional. E que servia para justificar doações de empresas que aparecessem durante a campanha. Mas no caso de Dilma isso nem faria sentido: as doações para a disputa presidencial são de milhões de reais, e os R$ 150 mil não dariam nem para o começo.
Em todo caso, a explicação de Dilma é dura de roer.
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