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Ciro Gomes cunhou uma frase que explica bem como funciona a divisão de poder entre políticos. Quando foi candidato a presidente em 2002, perguntaram se os partidos aliados a ele participariam do governo. Disse o seguinte:

“As forças da vitória serão as forças da ocupação”.

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A metáfora militar deixa as coisas claras. Quem ajuda a ganhar a presidência ganha cargos. Ganha poder. Isso serve em todas as coligações.

O PMDB tem sido exceção à regra. Consegue entrar nos governos depois da eleição. É que, sem ele, ninguém consegue maioria no Senado nem na Câmara. Portanto, governa pela metade.

Desde domingo, quando o Estadão publicou manchete dizendo que o PMDB já loteou um possível governo Dilma, essa parece ser a acusação que a campanha do PT precisa responder.

Porque, se por um lado é “natural” que aliados ocupem postos importantes, por outro o PMDB tem sido um peso para todos os governos. Basta mencionar os nomes de Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros para que fique claro qual o risco dessa divisão.

A matéria do Estadão, que praticamente não cita fonte, diz que Dilma terá de manter Henrique Meirelles no Banco Central, dar vários ministérios ao PMDB e apoiar candidatos do partido para a presidência do Senado e da Câmara.

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Seria uma divisão do governo “meio a meio”.

Embora a matéria do Estadão seja frágil, porque toda baseada em declarações “em off”, pegou mal para o PT em razão de Temer, o vice de Dilma, ser conhecido como um político altamente fisiológico e já ter sido pego dizendo em público a outros políticos que eles vão “partilhar” o governo.

Dessa vez, ao saber do conteúdo do texto do Estadão, Temer negou a divisão.

Amanhã, no debate do UOL entre os vices, terá de negar de novo.

A sorte de Dilma é que o PSDB tem teto de vidro no tema. Não só “partilhou” dois governos de Fernando Henrique com o PMDB e com o PFL como tem o fisiológico DEM debaixo da asa de José Serra.

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Caso contrário, a “divisão do governo” seria um tema quentíssimo para tentar baixar a onda de Dilma.

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