Dilma Rousseff deu entrevista à TV Brasil. Pelo que tudo indica, tinha um propósito na cabeça: negar toda e qualquer medida que possa parecer mais radical aos olhos do eleitor.
Disse, por exemplo, que não pensa em censurar a mídia. “É inadmissível a censura à imprensa, ao conteúdo, à critica. Sou rigorosamente contraria ao controle a imprensa.”
Disse que quem quer a censura são alguns políticos que ligam para redações pedindo a cabeça de jornalistas (para quem não é da área, dou aqui meu depoimento: isso existe mesmo. Inclusive aqui em Curitiba).
“O único controle que existe é o controle remoto. Sou contrária ao controle do conteúdo…”
Disse também que é contrária ao imposto sobre grandes fortunas, que não teria dado certo em outros países. Até na questão da redução de jornada de 40 horas deu para trás: disse que não ´o governo que tem que decidir isso, e sim patrões com empregados.
Sobre o aborto, Dilma sempre tentou parecer técnica, dizendo que é uma questão de saúde pública.
Em outra entrevista, Dilma ficou em cima do muro até sobre a existência de Deus. Disse que nesta questão, ela se “equilibra”. “Será que há? Será que não há?”
Este é um problema típico de campanha. O candidato tem que abrir mão de suas próprias ideias para não assustar o eleitor médio.
Serra e Marina têm usado a mesma estratégia em pontos polêmicos. Sobre o aborto por exemplo. Serra é a favor da legalização, mas não diz isso nem sob tortura. Marina é contra, mas nega enquanto puder. Fala só em plebiscito.
Por um lado é bom que os candidatos tenham todos de se cuidar com o que dizem e defendem. É melhor termos sempre presidentes moderados do que radicais de parte a parte, cada um puxando para um extremo do espectro.
Por outro, a gente fica sempre pensando o que está na cabeça dos candidatos de verdade.
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