Há muito boa fé, decerto, nos pedidos de eleições diretas já. A crise é grave, o presidente que já não tinha muita (ou nenhuma) legitimidade se mostrou totalmente indigno do cargo. E ainda falta um ano e meio para as eleições.
Eleição indireta é uma ideia que sempre parece desagradável, ainda mais num país que enfrentou esse processo durante uma ditadura militar. E, convenhamos, o Congresso atual está sujo demais para confiarmos cegamente nas decisões que ele vier a tomar. É bem provável que eles elejam um picareta.
Dar voz ao povo tem um apelo a nosso instinto mais democrático. Mas existe uma regra clara colocada na Constituição. E mudar a regra do jogo no meio do jogo NÃO É DEMOCRÁTICO. É um tipo de coisa que, por mais que pareça atraente, abre precedentes perigosos.
Manter a regra do jogo é (quase) sempre o melhor caminho. Ou daqui a pouco vem um sujeito que, apelando para algo que parece bom naquele momento, usa o precente. E, por casuísmo, vão-se quebrando uma a uma as regras da Constituição.
Um país que lutou duas décadas por democracia não pode se dar o luxo de ficar jogando regras constitucionais no lixo. Por mais doloroso que seja, caso Temer caia, a eleição deve ser indireta. Para o bem da democracia. As diretas ficam para 2018.
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