Toda matilha tem um cachorro alfa. A coligação de Cida Borghetti (PP) tem dois candidatos ao papel, que atualmente estão se enfrentando para saber quem manda e quem fica no papel secundário. E o resultado é que parece que um dos dois vai acabar sobrando.
Beto Richa (PSDB) passou os últimos catorze anos sem ninguém lhe fazer sombra. Prefeito de Curitiba, virou a estrela de sua geração. Em 2010, escanteou Alvaro Dias e virou proprietário do PSDB. No governo, dominava um conjunto de dezessete partidos. Mas, agora, a realidade é outra.
Para seguir seu rumo, Beto topou deixar o governo nas mãos de Cida Borghetti. Mas esse grupo político já tinha seu chefe. E Ricardo Barros (PP) de repente se viu com poder para enfrentar Beto e impor condições mesmo que ele não queira. Como cada um tem um objetivo diferente, a coisa desandou.
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Richa, pressionado para se eleger senador, vem exigindo um tratamento diferenciado. Quer rifar o colega de chapa, Alex Canziani (PTB), quer mais tempo de tevê. E Ricardo simplesmente lhe diz “não”. Algo que Beto não ouvia há mais de uma década.
Tudo indica que os dois não sabem conviver nesse esquema. No fim de semana, o rompimento chegou a ser anunciado por porta-vozes de Barros. Para prejuízo das duas partes.
“Apesar de tudo, o ideal seria que a Arca de Noé continuasse com todo mundo junto. O leão e o tigre no mesmo barco. Mas não sei se vai dar”, diz um dos coordenadores do grupo.
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Richa, aparentemente, já pensa em sair avulso para o Senado, o que pode prejudicar imensamente sua chapa de deputados. Por outro lado, Cida perderia tempo de tevê, estrutura e dinheiro. E poderia se ver obrigada a procurar um candidato radical ao Senado, como Fernando Francischini (PSL).
O fígado anda falando mais alto do que o cérebro por essas bandas.
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