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O conselheiro Durval Amaral, do Tribunal de Contas do Estado, alegou em sua defesa, para continuar como relator das contas de Beto Richa (PSDB) em 2014, que os técnicos da instituição são os mais competentes que já conheceu no serviço público paranaense.

Disse ainda que, como conselheiro, só atuará depois de os técnicos fazerem todo o seu trabalho. E que ele não influenciará em nada o que eles fizerem. Apenas, depois, levará o resultado a plenário.

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O conselheiro precisou usar este (e outros argumentos) para permanecer como relator em função de um questionamento do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas. De acordo com os procuradores, o fato de Durval ter sido subordinado a Richa no governo causa suspeição.

O argumento sobre a boa qualidade dos técnicos (da qual ninguém duvidou, aliás) tem pouco ou nada a ver com a questão da suspeição de Durval. Primeiro, porque não são eles os contestados. Segundo, porque ele permanecerá tendo a palavra final sobre o trabalho deles.

O blog já mostrou aqui que em sete das últimas dez contas do governo os conselheiros simplesmente rejeitaram o parecer do MP sobre as contas. Isso significa que os conselheiros simplesmente ignoram o trabalho dos técnicos, por mais que eles sejam qualificados.

Os técnicos levantam os dados, analisam os documentos e apontam irregularidades. O MP sugere a desaprovação das contas. O relator e seus pares decidem o exato oposto. Ou seja: o bom trabalho técnico vai ralo abaixo.

Aliás, seria decisivo justamente que o trabalho técnico prosperasse. E justamente por isso conselheiros ligados à pessoa que está tendo as contas julgadas deveriam se dar por suspeitos. Enquanto isso não acontecer, o julgamento continuará sendo mais político do que técnico.

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E eis o motivo de as contas do governo não serem rejeitadas há 44 anos.

Leia mais: Richa diz que Durval é seu “irmão”

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