Silvio Santos esteve à beira de ser presidente em 1989. Já no meio da campanha, decidiu ser candidato. No auge do sucesso, o apresentador em breve aparecia em segundo lugar nas pesquisas de opinião: finalmente alguém aparecia como um candidato capaz de tirar a Presidência de Fernando Collor, até então líder disparado nas intenções de voto.
Sílvio foi à tevê pedir votos. Tinha jingle, número e partido: o pequeno PMB, que abriu mão de seu candidato anterior para botar o megaempresário como cabeça de chapa. Assim como o PRN, de Collor, era um partido de ocasião, montado apenas para dar suporte à candidatura.
A polarização entre Collor e Silvio Santos desesperou a esquerda. Leonel Brizola, candidato do PDT que até então disputava o segundo lugar, foi a um debate televisivo e se emocionou pedindo aos espectadores que não deixassem o segundo turno ser entre “o diabo e o capeta”.
E o segundo turno o não foi esse por causa dele, Eduardo Cunha. Na época, o carioca era membro da tropa de choque de Fernando Collor. E descobriu um problema no registro o PMB que impossibilitou a candidatura de Silvio Santos. O partido precisava ter feito nove convenções – tinha feito apenas quatro.
Como compensação por seus serviços à campanha, Eduardo Cunha, ganhou a presidência da Telerj, onde colecionaria suas primeiras denúncias e passaria a acumular o poder que tem hoje.
A história havia sido revelada na época e relembrada quando Cunha concorreu à presidência da Câmara. Mas é sempre bom lembrar de novo. Não fosse Cunha, talvez o Brasil fosse presidido por Silvio Santos. Sendo assim, é a segunda vez que ele decide uma eleição presidencial…
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