Dizem que quando chega a hora de uma ideia, é difícil pará-la. E é impressionante ver como a noção de que é preciso dar direitos iguais às pessoas, independente de questões sexuais, ganhou terreno no Brasil em poucos anos.
Em 2010, cobri um debate realizado na Universidade Positivo entre os candidatos a Senado. Havia quatro candidatos: Requião e Gleisi, que foram eleitos; Fruet e Barros, que perderam.
Entre os temas, houve uma pergunta sobre como os possíveis senadores se posicionariam diante do casamento gay. E, além disso, sobre a adoção por casais do mesmo sexo. Barros, conservador, foi contra ambos. Os outros, não.
No entanto, mesmo sendo mais progressistas, os outros candidatos fizeram ressalvas quanto à adoção por casais gays. Nenhum disse ser exatamente a favor, pelo contrário. Lembro bem a resposta de Requião, que associou sua negativa a nosso “atual estado civilizacional”.
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Oito anos se passaram. O STF garantiu tanto o casamento gay quanto a adoção, embora o Congresso siga evitando os temas. Mas mesmo os candidatos conservadores não mantêm a posição dos progressistas de 2010.
Nas sabatinas que a Gazeta do Povo vem fazendo com os pré-candidatos ao Senado, nenhum se colocou até o momento contra o casamento gay nem contra adoção por esses casais.
Isso que até agora foram ouvidos candidatos mais conservadores, como Ney Leprevost, Alex Canziani, Oriovisto Guimarães e até uma pastora evangélica, Christiane Yared.
Não quer dizer que o Congresso vá se tornar menos conservador, mas mostra que os conservadores estão abrindo mão de certas posições.