As empresas responsáveis pelo sistema de ônibus de Curitiba pagaram 3,4 mil multas em 2013, segundo levantamento da Urbs. No total, o descumprimento das normas fez com que as operadoras do sistema tivessem de desembolsar R$ 1,2 milhão ao longo do ano. O valor não há de fazer falta para os donos das empresas: o ônibus de Curitiba vale perto de R$ 1 bilhão por ano.
O mais interessante do levantamento (a que a coluna teve acesso via Lei de Acesso à Informação) mostra quais são os problemas mais comuns que o passageiro é obrigado a enfrentar. Os três primeiros, pela ordem, são:
Medalha de ouro: deixar de executar os serviços com rigoroso cumprimento de viagem programada (456 multas).
Prata: dirigir inadequadamente o veículo, de modo a proporcionar desconforto aos passageiros (356 multas).
Bronze: deixar de executar os serviços com rigoroso cumprimento de horário programado, definido pela Urbs, sem motivo justificado (350 multas).
Juntos, os três problemas respondem por um terço das multas de 2013. Mais de mil ocorrências, sem contar aquelas infrações em que a Urbs aceitou os argumentos das empresas para cancelar a multa ou para trocar por punições alternativas (que não envolvam dinheiro). Parece muita coisa. Mas, pensando bem, representa quase nada.
O primeiro item mostra as viagens “a menos” que cada linha teve. Ou seja: a linha deveria ter 25 viagens, mas, devido a algum problema, teve só 23, por exemplo.
O item referente ao “desconforto dos passageiros” devido à direção violenta ou descuidada dos motoristas é um clássico. Quem não se agarra corre sempre o risco da freada brusca e dos arranques inesperados. Todo mundo reclama, todos os dias. E, mesmo assim, as multas não chegam a um caso por dia. Não parece pouco?
O problema dos horários ainda aparece em outros dois itens. As empresas tiveram de pagar 69 multas (uma a cada cinco dias) por atraso sem justificativa. E levaram mais 240 multas (pouco mais de uma por dia) por adiantar o horário previsto na tabela da Urbs sem apresentar justificativas.
Há outras infrações que ocorrem mais raramente mas que são gravíssimas. Houve empresa que teve de pagar multa porque o ônibus andou com a porta aberta, e outra que precisou pagar porque a porta abriu com o veículo andando. (Quando aconteceram acidentes do gênero, não se afirmou que isso era impossível?)
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Falando ainda em horário de ônibus. A Urbs decidiu colar avisos de que é proibido sentar nas barras que são o único lugar em que os passageiros podem se apoiar para descansar nas estações-tubo. O adesivo diz que aquele é um “equipamento de encosto”. Talvez as pessoas se sentem neles porque a prefeitura se recusa a colocar um “equipamento para sentar” nas estações e nos pontos…
Mas voltando ao tema. Se é possível colocar adesivos proibindo as pessoas de fazerem algo, por que não é possível colocar adesivos nas estações e nos pontos anunciando o horário do próximo ônibus? A prefeitura afirma ter uma capivara vidente que adivinha os resultados dos jogos da Copa do Mundo. Mas quem tem que dar uma de vidente é o passageiro que tenta adivinhar quanto terá de esperar.
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