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As empresas de transporte coletivo de Curitiba levaram documentos à Câmara afirmando que estão no prejuízo. No total, em 32 meses depois da licitação (aquela que ganharam sem concorrência), estariam no vermelho em R$ 26 milhões. Os representantes das empresas pouco responderam: deram a entender que está tudo nos papéis apresentados à CPI.

Há algumas dúvidas a ser esclarecidas. A primeira delas é: como as empresas, experientes como são, atuando algumas há mais de meio século no mesmo negócio, no mesmo lugar, aceitaram assinar um contrato que causaria um prejuízo milionário como esse?

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Segundo: que empresas são essas, capazes de aguentar um tombo de R$ 26 milhões em menos de três anos e continuarem operando como se nada estivesse acontecendo?

Terceiro: quais são as despesas que as empresas estão fazendo para ficar no vermelho? Um indício rápido parece ter sido encontrado imediatamente nesta sexta pela manhã, assim que os vereadores receberam os papéis da empresa: um documento comprovaria R$ 39 mil em gastos com táxi-aéreo. Seria um gasto necessário? Há outros do mesmo gênero? A CPI precisa explicar isso.

O transporte coletivo da capital é um negócio que gira R$ 800 milhões por ano. As empresas participaram de uma licitação três anos atrás sabendo das condições de exploração. Nenhuma largou o osso desde então. De algum modo, o negócio certamente é lucrativo.

Alguns dados são desconhecidos ainda do público: de quanto é o prolabore de cada um dos sócios das empresas, por exemplo? O valor ajudaria a discutir se as empresas têm mesmo prejuízo e se isso decorre de um mau contrato ou da má gestão de cada uma das concessionárias.

Prejuízo não quer dizer que não entre dinheiro. Quer dizer que sai mais do que entra, simplesmente.

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Fora isso, alguém está mentindo: ou a base de Gustavo Fruet, que fala em lucro superior em R$ 100 milhões, ou as empresas. A CPI tem de explicar isso e rápido.

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