Eduardo Lopes, delator da Operação Quadro Negro, informou no seu depoimento formal que conseguia trocar os engenheiros responsáveis pelas medições das obras, caso eles se recusassem a autorizar pagamentos. O esquema da operação dependia da liberação de pagamentos sem que a obra estivesse feita.
Segundo o empreiteiro, que resolveu colaborar com a Justiça depois de ser preso, um engenheiro chegou a ser promovido depois que aceitou o papel de assinar as medições fraudulentas – o que obviamente faz pensar que gente na Secretaria acima dele sabia do esquema e era conivente.
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Veja o trecho da gravação:
Eduardo Lopes – Na verdade eu fazia o seguinte eu entregava a medição. O Fanini entrega a medição, precisamos fazer dinheiro. Levava a medição pra ele e ele comandava lá dentro da secretaria. Tanto é que eu sei, por exemplo, o Ângelo chegou um momento que não queria assinar mais e tal. Aí trocava o A. colocava o E., entendeu?
Pergunta – Mas então isso que questionei. Funcionários da secretaria assinavam dando o aval nessas medições?
EL – Algumas no começo até faziam, depois que eles viram que a coisa tava fora aí ele trocava. Tanto que no final quem assinava tudo era o E..
(…)
Pergunta – Houve a inserção de elementos falsos nessas medições, vistorias para fins de aprovação da concessão de algum aditivo? Como funcionava isso?
Ah, o aditivo, a gente montou o aditivo. A empresa montou o aditivo e encaminhou pro E..
O E. na condição de…
Depois ele ficou até chefe da fiscalização lá. E aprovou do jeito que a gente mandou né. Aprovou do jeito que a gente mandou.
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