Um grupo de vereadores da bancada evangélica da Câmara de Curitiba ressuscitou o projeto Escola sem Partido. Thiago Ferro (PSDB), Osias Moraes (PRB) e Ezequias Barros (PRP) querem instituir o programa na cidade. Na legislatura passada Carla Pimentel tentou o mesmo feito, mas o projeto nem chegou a ser votado.
Os três autores do projeto são religiosos. Thiago Ferro é pastor da Sara Nossa Terra. Osias representa a igreja Universal do Reino de Deus. E Ezequias é pastor da igreja O Brasil para Cristo.
A justificativa da proposta é a mesma de sempre, que vem sendo apresentada junto com o projeto por onde ele passa. A tese é de que professores e autores se aproveitam do ambiente acadêmico para cooptar alunos para suas causas. E também “para fazer com que eles [os alunos] adotem padrões de julgamento e de conduta moral – especialmente moral sexual – incompatíveis com os que lhes são ensinados por seus pais ou responsáveis”.
O projeto vem sendo copiado em vários municípios e estados e também tramita no Congresso Nacional. Em geral, causa mais polêmica do que resultado: raramente foi votado e quase nunca aprovado.
Os defensores da “Escola sem Partido”, ressaltam que “Não existe liberdade de expressão no exercício estrito da atividade docente, sob pena de ser anulada a liberdade de consciência e de crença dos estudantes que formam, em sala de aula, uma audiência cativa”.
Quem é contra a proposta afirma que não há como ensinar sem mostrar diferentes posicionamentos de forma crítica e que isso não significa doutrinar as crianças e jovens. Agora é esperar para ver como – e se – os vereadores de Curitiba votarão o projeto.
Leia mais: A “escola sem partido” e a revolução conservadora.
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