Três especialistas em júri ouvidos pelo blog concordam: Fernando Carli Filho tem boas chances de ser absolvido. as estimativas das chances do ex-deputado variam, mas quem está acostumado com julgamentos populares do gênero diz que, apesar de tudo, a condenação não parece provável ao final da história.
Retomando os fatos: em abril de 2009, o então deputado estadual Carli Filho dirigia em alta velocidade em uma via rápida do Campo Comprido, em Curitiba, embriagado e com a carteira cassada, quando “atropelou” um outro carro, atando imediatamente duas pessoas.
O Ministério Público pediu que ele seja levado a júri, o que acontece quando o crime é cometido com a intenção de matar (e não meramente por culpa). A tese é do dolo eventual, ou seja: Carli Filho sabia que estava correndo o risco de matar e fez o que fez mesmo assim.
O primeiro especialista ouvido diz que a chance de Carli Filho ser condenado por homicídio doloso é de 50%. “A tese do dolo eventual é difícil de sustentar. É como um fio de aranha que separa o dolo da culpa consciente”, afirma. Assim, a defesa poderia dizer que não houve intenção e sim negligência, o que caracteriza culpa, mas não dolo. E, nesse caso, o júri não poderia condenar o ex-deputado.
Para um advogado especializado em júris populares, a chance de Carli ser absolvido é ainda maior. “Eu diria que é em torno de 80%”, afirma. Segundo ele, existe inclusive a probabilidade de que a família do deputado consiga evitar a própria realização do júri, ainda. O julgamento estava marcado para fevereiro, mas foi adiado e não há nova data marcada.
Outro advogado diz que num primeiro júri a chance de condenação é alta. “Até porque existe a sensação de impunidade e esse caso ficou muito conhecido”, diz. Mas o especialista diz ser provável que a defesa consiga um segundo júri, que pode levar anos. “e neste segundo júri, quando os fatos estiverem mais distantes e o julgamento inicial tiver saciado a ideia da punição, as chances do réu são boas”, afirma.
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