A revelação de que os defensores públicos do Paraná tiveram seus salários aumentados em 87% em menos de um ano causou uma reação rara no governador Beto Richa (PSDB). Usualmente dado a panos quentes, o governador disse em entrevista à Gazeta que se trata de “uma farra”. E nas redes sociais afirmou que se trata de algo “inadmissível”.
A reação tem lá seu sentido. A Defensoria aparentemente, segundo a importante reportagem de Joana Neitsch, usou artifícios curiosos para aumentar os salários dos 76 defensores. Com menos de um ano de nomeação, elevou todo mundo ao topo da carreira. Alegou que, embora fossem todos recém-nomeados, esse era o caso por não haver funcionários mais graduados para serem promovidos.
Ou seja: funcionou de um jeito tal que o sujeito fez concurso para uma vaga de R$ 10,6 mil e, menos de um ano depois, sem ter feito nada de diferente, passou a ganhar R$ 19,9 mil. Como rever isso agora? Esse é o pepino.
No total, essas promoções, fazendo uma conta bruta, elevaram a massa salarial dos defensores de cerca de R$ 800 mil para mais de R$ 1,5 milhão ao mês. Uma diferença de mais de R$ 700 mil. Não fosse o peso disso em si, parece haver um desperdício, já que não há defensores suficientes no estado e o dinheiro a mais poderia representar a contratação de mais 66 pessoas para a função.
Quem perde não é só o contribuinte, que paga mais, mas especialmente o sujeito mais pobre que depende de ajuda jurídica e continua na fila esperando que o governo tenha como contratar mais gente para fazer a função.
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