Na semana passada, durante a discussão sobre trabalho análogo à escravidão, o ministro Gilmar Mendes soltou uma das bobagens que costuma dizer: afirmou que sua jornada era exaustiva, mas que nem por isso se considerava escravo.
(A pérola tinha a ver com o fato de a jornada exaustiva ser um dos critérios que a lei permite que se use para determinar se um trabalho é ou não escravo. Obviamente, não se estava tratando de ministros com salários de cinco dígitos.)
Nesta semana, a ministra Cármen Lúcia decidiu dar uma folga a Gilmar e aos demais colegas – assim como ao funcionalismo que exaustivamente coloca capinhas nos ministros e redige os votos desses escravos de nossa sociedade: arranjou um feriado a mais para o pessoal.
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Transferiu o feriado do Dia do Servidor Público, que por uma dessas infelicidades do destino caiu num fim de semana, para 3 de novembro – assim, emenda-se com Finados e todos têm uma folga. Afinal, ser ministro do STF tem que ter alguma vantagem, não?
A história é tão absurda que até o ministro Marco Aurélio decidiu botar a boca no trombone e dizer que trata-se de uma ilegalidade. Mas era tarde, O STJ já havia copiado a iniciativa.
Afinal, o Supremo é tão Supremo que decide até mesmo que o dia 28 de outubro, neste ano, caiu em 3 de novembro. E quem é que vai dizer que não?
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