O mandato do prefeito Gustavo Fruet teve poucas decisões tão esdrúxulas quanto a de exigir roupa social para os taxistas da cidade. Por resolução publicada nesta semana em Diário Oficial (ver aqui a reportagem de João Guilherme Frey), os taxistas precisarão usar calça social e camisa de algumas cores pré-determinadas: branca, preta ou azul.
Num gesto típico da mais folclórica burocracia, a determinação estabelece ainda uma ressalva importante, determinada a dirimir quaisquer dúvidas dos fiscais que retirarão pontos dos taxistas renitentes: todos os tons de azul valem. Espera-se para breve a apaixonante discussão que dirá se listras serão ou não aceitáveis. E que dizer do xadrez? Paremos a prefeitura para debater isso.
A bizantina questão da roupa dos taxistas mostra que a Urbs parece não ver nada de mais importante a fazer. Mais do que isso, mostra uma tendência a querer mandar na vida das pessoas até onde isso é irrelevante. Chega a ser perigoso: quando o Estado passa a definir até a cor de roupa que você pode usar, o que mais não poderá definir? Brincos, tatuagens, preferências musicais?
O próprio prefeito anda de tênis e jeans. Está qualificado para representar a cidade, mas não para dirigir um táxi, de acordo com seus próprios subalternos. Agora, restará à Urbs definir também a roupa dos demais permissionários da cidade. Logo, ao entrar numa banca de jornais, você será atendido por alguém de terno e gravata.
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