Anda correndo por aí a ideia de que, se Michel Temer tiver o mesmo destino de Dilma Rousseff, a primeira opção para substituí-lo, numa eleição indireta, seria o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Fernando Henrique, de 85 anos, assumiria como uma espécie de “grande nome” capaz de trazer estabilidade num momento de crise. Teria a vantagem de não ser um empecilho para os futuros candidatos em 2018, já que dificilmente pensaria em disputar novo cargo aos 87.
A ideia parece fazer sentido, pelo menos do ponto de vista do PSDB. Livre do petismo, o partido está a um passo de chegar novamente à Presidência. No poder, já está. Faltaria botar um rosto seu na parede de novo.
Temer depende, e muito, do apoio do PSDB para ficar onde está. Por isso deu espaço aos tucanos. Mas é preciso lembrar que a ação que corre no TSE e que pode custar o mandato a Temer foi impetrada justamente pelo PSDB.
No PSDB, a ideia ainda não parece prosperar. “O Michel não cai. Não tem nada disso. O Parlamento está ao lado dele. E o Supremo não parece agir nessa direção”, diz um deputado tucano. “Deixa o Fernando Henrique em casa.”
Mas mesmo sem o Parlamento – ou seja, sem o PSDB virar o cocho em público – resta a questão das contas de campanha. Tanto quem doou quanto quem recebeu o dinheiro já admitiu as irregularidades. E o processo contra o presidente caminha devagar, mas caminha.
Segundo a coluna de Josias de Souza, Lula dá por certo que FHC volta. E Sarney, questionado, diz que o tucano “não pensa em outra coisa”. Tudo a ser decidido mais adiante. Mas o primeiro passo continua sendo o mesmo: Temer se aguenta onde está?
Numa célebre declaração dada seis meses antes da queda de Dilma, Temer falava que seria difícil para ela se manter no cargo por mais três anos com índices de popularidade tão baixos. Pois é: os dele são tão ruins quanto. E ainda faltam 24 meses para o fim do mandato.
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