O Chile exumou nesta segunda-feira o corpo do ex-presidente Salvador Allende, morto há 37 anos, para saber se ele, afinal de contas, se suicidou ou se foi morto pelos golpistas que levaram Augusto Pinochet ao poder.
O golpe de 11 de setembro de 1973 foi a última interrupção na democracia chilena. Assim como no Brasil, um presidente de esquerda havia chegado ao poder por vias democráticas.
Assim como no Brasil, onde João Goulart caiu por força de golpe, Allende foi derrubado. Agora, a exumação pretende resolver uma dúvida de quase quatro décadas.
A exumação mostra que os países do Cone Sul finalmente estão enfrentando seus fantasmas didatorias. A Argentina recentemente mandou prender gente do alto comando das Forças Militares: o general Videla, que foi ditador no fim dos anos 70, foi condenado à prisão.
Aqui no Brasil, a principal (única?) iniciativa deste gênero parece ser a tentativa de instalar uma Comissão da Verdade, que ainda patina na má vontade dos militares da velha guarda.
Mas, cedo ou tarde, como mostra o caso de Allende, a busca da verdade prevalece. E um dia os crimes cometidos por todos os envolvidos virão à tona.
Claro: quanto antes, melhor.
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