A comparação óbvia que surgiu na cabeça de todos os paranaenses nesta quarta-feira foi entre o confronto do governo Beto Richa (PSDB) e aquele famoso 30 de agosto de 1988, quando a cavalaria atacou os professores na gestão Alvaro Dias (PSDB). Mas os fatos do governo Richa foram muito mais graves – tanto do ponto de vista da sociedade quanto do ponto de vista da responsabilidade do governador.
Em 88, houve 10 feridos. Em 2015, foram mais de 200. No episódio da cavalaria, igualmente injustificável, o confronto não era tão previsível. Na sessão desta quarta na Assembleia, todo mundo sabia o que estava para acontecer. E mesmo assim o governo não fez nada que conseguisse evitar a violência brutal dos militares.
Mas pior ainda é outro fato: no caso da cavalaria, tudo aconteceu de maneira razoavelmente rápida. Alvaro sempre disse que não sabia,. não ordenou e que não compactuava com aquilo. Você pode acreditar ou não. Mas no caso desta quarta a situação é absolutamente diferente. Os governantes, encastelados, a distância, protegidos, tudo observavam. E, mesmo assim, durante duas horas, pelo menos, manteve a estratégia de jogar bombas “de efeito moral” sobre pessoas inocentes.
Richa teve uma vitória de Pirro com a aprovação da reforma da previdência. Pode fazer o que quiser com o R$ 1,5 bilhão que ganhará anualmente com a nova lei. Nunca apagará de sua história o fato de ter comandado a maior afronta à democracia do estado.
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