O Prêmio Camões, mais importante da língua portuguesa para o conjunto da obra de um escritor, saiu para Ferreira Gullar.
Quando era mais novo (e menos politizado, portanto mais radical) li bastante Ferreira Gullar. Achava bonita a poesia engajada dele.
Hoje não tenho a mesma afeição. Mas, mesmo assim, respeito tremendamente o poeta.
Por isso, assim como semana passada foi a vez de Norman Rockwell, esta será a semana de Ferreira Gullar no Caixa Zero.
Começando com o clássico “Nós, Latino-Americanos”. Uma homenagem à revolução sandinista.
(Aliás, será que vai ter alguém dizendo que a organização do prêmio é “esquerdopata”?):
Nós, latino-americanos
Somos todos irmãos
mas não porque tenhamos
a mesma mãe e o mesmo pai:
temos é o mesmo parceiro
que nos trai.
Somos todos irmãos
não porque dividamos
o mesmo teto e a mesma mesa:
divisamos a mesma espada
sobre nossa cabeça.
Somos todos irmãos
não porque tenhamos
o mesmo braço, o mesmo sobrenome:
temos um mesmo trajeto
de sanha e fome.
Somos todos irmãos
não porque seja o mesmo sangue
que no corpo levamos:
o que é o mesmo é o modo
como o derramamos.
-
Escola Sem Partido: como Olavo de Carvalho, direita e STF influenciaram o fim do movimento
-
Igreja e direita francesa criticam cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos
-
“Quando Maduro fala é crítica, quando eu falo é crime?”, diz Bolsonaro após ditador questionar urnas
-
Dois cientistas católicos históricos que vale a pena conhecer
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS