Ontem, logo depois da manifestação na Boca Maldita, entrevistei o cientista político Ricardo Oliveira. Professor da UFPR, é um analista refinado da política. E ele foi claro: não há mais condições morais nem políticas de a Mesa Diretora da Assembleia permanecer.
Disse mais: que essa é uma onda crescente, e que enquanto a Assembleia fingir que ignora o movimento ele só crescerá. “É um desastre político”, resumiu.
Mas, fico pensando: será que vai funcionar mesmo? Ouvindo o discurso de Plauto Miró ontem, na Assembleia, fiquei com a impressão de que os deputados ainda vão tentar se fazer de surdos.
Será que vão ser necessárias novas manifestações? Se for necessário, pelo que se pôde perceber ontem, elas virão.
Lembro que tinha 16 anos quando começou o movimento Fora Collor. Nas primeiras passeatas a que fui, ainda como estudante de cursinho pré-vestibular, havia menos gente.
Conforme o pessoal foi vendo que o protesto não seria solitário, que o movimento tinha chances de conseguir algo, a onda foi aumentando. No final, eram dezenas de milhares de pessoas em passeatas em Curitiba.
Às vezses eram duas por dia: uma dos estudantes, outra dos “adultos”. E mesmo com essa divisão eram 30 mil pessoas nas ruas.
Agora todo mundo percebeu que o caso é importante e que as manifestações estão aí. Quanta gente juntará a próxima?
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