O candidato Gustavo Fruet (PDT) adotou uma estratégia perigosa para rebater as críticas feitas à sua gestão. Como prefeito, dá a entender que falar mal do estado das coisas em Curitiba é falar mal da própria cidade. Ou seja: criticar a sua gestão (e a cidade que resultou dela) é desrespeitoso com a própria cidade.
É um artifício que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) usou, sem sucesso, na eleição de 2014, contra Dilma Rousseff (PT). Cada vez que Dilma criticava algum problema em Minas (dando a entender que se devia a erros do governo dele e de seu sucessor, Anastasia), Aécio dizia nos debates que ela estava “desrespeitando Minas”.
Aécio não é Minas. Fruet não é Curitiba. Pode ser que algum candidato, no ímpeto de fazer a gestão parecer pior do que é, tenha se esforçado demais e pintado uma cidade um tanto grotesca. Mas ninguém está proibido de fazer isso – e pode ser que os próprios curitibanos estejam perdendo o orgulho da cidade (se é que já tiveram).
De um jeito ou de outro, assim como a propaganda do candidato à reeleição não tem o condão de fazer as pessoas acreditarem em um paraíso, a propaganda contrária não é capaz de fazer as pessoas acreditarem que elas vivem num inferno – desde que isso não seja verdade.
Fruet tem todo o direito de se irritar quando exageram na mão e dizem que ele não fez nada. Mas não pode se arrogar o direito de definir quais críticas podem e quais não podem ser feitas à cidade no seu atual estágio.
Siga o blog no Twitter.
Curta a página do Caixa Zero no Facebook.
STF e governistas intensificam ataques para desgastar Tarcísio como rival de Lula em 2026
Governo e estatais patrocinam evento que ataca agronegócio como “modelo da morte”
Pacote fiscal pífio leva Copom a adotar o torniquete monetário
Por que o grupo de advogados de esquerda Prerrogativas fez festa para adular Janja
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS