O prefeito Gustavo Fruet tem a chance de fazer um belo favor à sociedade. Por outro lado, se deixar tudo como está, irá naquilo que as leis brasileiras definem como prevaricação. Espera-se que faça a coisa certa.
Em entrevista a um site recém-fundado, chamado “A Gralha”, Fruet diz que cortou a verba da prefeitura a jornalistas que eram pagos como “prestadores de serviços”. Ou seja: blogueiros e donos de jornaizinhos que fingem entregar notícia quando, na verdade, então recebendo do poder público para fazer propaganda e contar lorota.
Quem conhece o meio sabe distinguir o joio do trigo. Há quem trabalhe sério, pelo gosto da notícia. E há quem pose de blogueiro progressista, ou de grande sábio da política local, mas que só quer mesmo dormir em berço esplêndido e reproduzir o que interessa ao patrão da vez.
Mas Fruet ficou pela metade do caminho. Disse que no ano passado, na época da campanha, a prefeitura teria gastado R$ 10 milhões como “publicidade”. Dinheiro que, insinua, teria sido usado para comprar notícias a favor do ex-prefeito. Se cortou o jabaduto, parabéns, estava na hora. Mas é preciso denunciar e ir a fundo.
Saber de um crime, de uma infração cometida por agente público, e não revelar, não levar às autoridades, é grave. Se quem comete essa prática é o prefeito, passa a ser cúmplice e prevaricador. Portanto, a sociedade deveria exigir, e a consciência de Fruet deveria mandar que ele divulgue quem recebeu o que. E o que foi entregue como contrapartida.
Caso não faça isso, Fruet estará misturando tentando meramente jogar fumaça nas críticas que lhe são feitas. Todos os que o criticarem serão “prestadores de serviços” cortados da folha em busca de vingança. Estratégia, no mínimo, condenável.
Fruet está com a palavra.
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