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Garota negra de 15 anos sofre racismo e ameaças em ônibus de Curitiba

Foto: Maurício Cheli/SMCS. (Foto: )
Foto: Maurício Cheli/SMCS.

Foto: Maurício Cheli/SMCS.

Uma garota negra de 15 anos foi vítima de racismo dentro de uma linha de ônibus de Curitiba. O agressor xingou a garota, fez ameaças e tentou agredi-la fisicamente. Quando não conseguiu – porque seus amigos impediram – cuspiu no rosto da menina.

Leia mais: Após, peregrinação de vítima, polícia abre inquérito para apurar o caso

A garota, que não vai ter o nome divulgado por que a família pretende poupá-la de mais constrangimentos, estuda no Colégio Estadual do Paraná. No curso técnico de edificações, passou a sexta-feira em um canteiro de obras. Na volta para casa, na região sul, pegou o Interbairros IV.

Segundo a irmã mais velha, uma assistente de negócios de 21 anos, o agressor subiu no ônibus na altura do Fazendinha. “Ela estava de fone de ouvido e só percebeu que tinha alguma coisa errada quando as pessoas começaram a se afastar. Tirou o fone e começou a ouvir o que ele estava dizendo.”

Segundo o relato, o agressor, ainda não identificado, chamou a menina de macaca, perguntou se ela estava sem roupa (ela usava uma jaqueta preta) e começou a ameaçá-la, dizendo que esperava uma nova guerra mundial em que pudesse matá-la. Segundo a irmã, não parecia que o homem estivesse bêbado ou drogado. “Parecia que ele estava com um uniforme de trabalho.”

Nenhum passageiro teria se oferecido para ajudar, fora pelos quatro amigos da garota que estavam no mesmo ônibus. “Quando ele ameaçou bater nela, eles entraram na frente. Ele acabou cuspindo na minha irmã”, conta a assistente de negócios.

Segundo ela, foi o primeiro caso de racismo violento por que a família passa, desde que os pais se mudaram do norte do estado para Curitiba. “Sempre tem bullying, brincadeiras de mau gosto, mas nada parecido.” A menina de 15 anos, segundo a irmã, pela primeira vez acordou sem chorar nesta terça-feira.

Desde então, a família fez uma peregrinação por várias delegacias. Agora, procurou o Ministério Público, que prometeu apurar o caso.

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