A Justiça condenou na semana passada o ex-prefeito de Maringá Jairo Gianoto e várias outras pessoas ligadas à sua administração a devolver $ 500 milhões para os cofres públicos. O dinheiro teria sido desviado durante o mandato de Gianoto, de 1997 a 2000.
Há duas coisas espantosas nesse caso. A primeira é o número envolvido. R$ 500 milhões é muito, muito dinheiro. É cinco vezes o valor estimado pelo Ministério Público até agora no caso dos Diários Secretos (que ainda está sendo apurado, claro). Na verdade, é quase igual ao orçamento inteiro de Maringá para 2010: a previsão de arrecadação é de pouco mais de R$ 624 milhões.
O segundo ponto é a simplicidade do esquema denunciado pelo Ministério Público. Os envolvidos, diz a denúncia, acolhida pela Justiça, pegavam cheques emitidos supostamente para quitar contas do município, endossavam e passavam para contas particulares.
“Foi uma ação de rapinagem pura e simples. Os desvios foram feitos com a certeza da impunidade. Fica difícil acreditar que tenham tido tanta coragem”, declarou em 2000 à Folha de S. Paulo o promotor do caso, José Aparecido Cruz.
Mas há outros escândalos dentro do escândalo. O Tribunal de Contas, por exemplo. Hoje, considera a administração de Gianoto culpada e já condenou o ex-prefeito. Na época, porém, foi incapaz de detectar os problemas quando as contas iam sendo apresentadas, ano após ano.
Me lembro de ir à entrevista coletiva com o então presidente do Tribunal de Contas, Rafael Iatauro, quando o caso veio à tona. Ele chamou a imprensa para explicar o rombo. E também para dizer que, apesar de não ter detectado nada, o TC estava lá, firme como sempre…
A prevenção seria o melhor caminho, claro. Hoje, Maringá é exemplo em prevenção contra corruptos, graças ao Observatório Social que se instalou por lá e acompanha, por iniciativa de cidadãos bem intencionados, tudo o que se passa na gestão local.
Mas há gente paga para fazer isso. Ministério Público e Tribunal de Contas à frente.
Gianoto está condenado, junto com todos os outros de seu grupo. Mas o ideal teria sido evitar que o orçamento de um município não sofresse um rombo como esse.
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