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Entrevista: “Qualquer condenação de Lula será vista como ataque à democracia”, diz Gleisi

Gleisi. Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo. (Foto: )

Presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann se meteu nesta terça em uma polêmica daquelas. Em entrevista ao site Poder 360, declarou que seria preciso “matar alguém” para prender Lula caso ele seja condenado no julgamento da próxima semana, em Porto Alegre.

Lula será julgado no dia 24, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, pelo caso do tríplex do Guarujá. O ex-presidente é acusado de ter se beneficiado ilegalmente de uma doação disfarçada da Odebrecht, mas nega qualquer crime. Em primeira instância, Lula foi condenado por Sergio Moro.

No Twitter, Gleisi disse que era só uma força de expressão que ela usou por Lula ser “um líder amado”. Em entrevista ao blog, afirmou que, da parte do PT, não haverá qualquer violência nas manifestações previstas para Porto Alegre.

“Vocês viram como foram nossas manifestações nos depoimentos do presidente Lula aqui em Curitiba. Nada de violência. Temos tradição de fazer manifestações pacíficas”, disse a senadora. No entanto, o PT, ao mesmo tempo, diz que “não vai aceitar” uma condenação de Lula.

“Não vamos aceitar porque seria injusto. Vamos interpretar qualquer condenação do Lula como um ataque à democracia, ao Estado de Direito”, diz Gleisi. “Temos 122 juristas de renome dizendo que a sentença do Moro não se sustenta. Quantos juristas defenderam a sentença?”, pergunta.

Candidatura

Gleisi diz que o “não aceitar” não significa apenas recorrer – mas também não implica violência. “Vamos agir politicamente, mantendo a candidatura do presidente Lula e fazendo manifestações. Não podem tirar o direito da população de votar nele”, afirma.

Ao contrário do que ocorreu em Curitiba, quando o PT dava como favas contadas a condenação de Lula, em Porto Alegre o partido diz “ver esperanças” de uma absolvição. “O relator eu tenho claro para mim que vota com o Moro, os dois são amigos. Mas acreditamos que os dois outros desembargadores são sérios, imparciais e podem restabelecer a justiça”, diz.

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