A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) deu parecer favorável ao projeto que revisa o tratado da Usina de Itaipu. Pela mudança, o Brasil passa a pagar três vezes mais pela energia comprada ao vizinho Paraguai, coproprietário da usina.
Segundo Gleisi, o Brasil não está fazendo “um favor” ao Paraguai ao aumentar o preço. E, sim, garantindo a compra futura da energia.
“Estamos pagando um preço muito barato pela energia. Em 2023, a usina estará paga e teremos de discutir royalties e preço de energia.”
“Meu medo é ter de implorar ao Paraguai para nos vender energia, que poderá ser vendida à Argentina ou ao Chile.”
“Não estamos fazendo um benefício ao Paraguai. O acordo dá ao Brasil condições de negociar com o Paraguai em outro patamar.”
Ou seja: por enquanto, a energia que sobra, por contrato, deve ser preferencialmente vendida ao Brasil (o Paraguai não consegue usar toda a parcela a que teria direito). Daqui a 12 anos, porém, isso muda de figura.
No entanto, se era esse o plano, o governo brasileiro deveria ter amarrado uma coisa à outra desde já. O que não aconteceu.
O Brasil está dando um presente agora imaginando que, em uma futura negociação, pode conseguir algo também. Será que vai funcionar?
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